Irmã Doroty: a missionária americana Dorothy Stang foi assassinada no dia 12 de fevereiro de 2005, aos 73 anos (Carlos Silva/Reuters)

Há 20 anos, a violência das tensões agrárias na Amazônia ganhava repercussão internacional a partir de um crime emblemático: no dia 12 de fevereiro de 2005, a missionária norte-americana Dorothy Stang foi assassinada a tiros em uma emboscada.

A freira se tornou alvo por defender pequenos agricultores contra grileiros em Anapu, sudoeste do Pará, local para o qual dedicou mais de duas décadas da vida em defesa dos trabalhadores rurais.

Ameaças e execução

Símbolo da luta pela reforma agrária no Brasil, a religiosa, à época com 73 anos, atuava com ações sociais e trabalhistas em Anapu.

A atuação intensa ou a incomodar fazendeiros e grileiros da região, e ela se tornou alvo de ameaças. Mesmo ciente dos riscos, Dorothy seguiu denunciando a violência no campo e desenvolvendo projetos de uso sustentável da floresta em áreas de assentamento do Instituto Nacional da Colonização e Reforma Agrária (Incra), local onde o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, um dos mandantes do assassinato, possuía títulos ilegais de terra.

Segundo o Ministério Público, a morte da missionária foi encomendada pelos fazendeiros Vitalmiro Bastos e Regivaldo Galvão.

A missionária foi abordada por pistoleiros em uma estrada vicinal de Anapu. Segundo os próprios criminosos, antes de ser executada, ela leu trechos da Bíblia para os assassinos.

O crime ganhou repercussão internacional, chamando a atenção de entidades ligadas aos direitos humanos e à reforma agrária.

Investigação do crime

O delegado Rilmar Firmino teve um papel relevante na investigação e resolução do caso Dorothy Stang. Firmino, à época delegado da Polícia Civil do Pará, esteve à frente das investigações e foi responsável por conduzir as investigações iniciais do caso, que envolveram uma série de desafios, incluindo a coleta de provas em uma região remota e o enfrentamento de ameaças e pressão de grupos ligados ao agronegócio.

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Sua atuação foi essencial para que a Polícia Civil conseguisse identificar e prender os responsáveis pelo assassinato, incluindo os mandantes, que eram fazendeiros com interesses na destruição de áreas de preservação ambiental.

(Com algumas informações de G1)

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