Os Ipês de Tailândia
Os ipês floriram e cada florada
Traz-te renovada
Faz-te diferente
No brilho do olhar dessa gente
Que gosta de ti.
Em cada flora
Há o anuncio da aurora
De uma nova era
De um novo dia
Que como numa sinfonia
Compõe outra harmonia
Silenciando o teu parto
De sinistras emboscadas,
Futuros alterados,
Esperanças mortas,
Silenciosas tocaias,
Possibilidades remotas,
Violências fatais.
Os ipês quando se abrem
Alegrando-te a alma migrante
Torna-te gigante
E te faz mais bonita
Como menina de laços de fita
Que quer esquecer as tragédias
Que te fizeram nascer.
As flores rosáceas que enfeitam teu chão
E voam no ar quente
De teu clima original
São para te dizer
Que cada ipê não nasceu por acaso
É fruto de um amor sublime
Um caso
Com aqueles recém-chegados
Que em meio ao alvoroço da tua origem
Plantaram em esperança
Essa pequena planta que contigo dança
E hoje, na primavera, sorri para ti.